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Prefeito de Niterói, RJ, cobra medidas de segurança do estado 

 

Rodrigo Neves aponta migração de criminosos para a cidade após UPP.

 

Secretaria nega a transferência da criminalidade para Região Metropolitana.

 

Os índices de criminalidade divulgados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) mostram que nos últimos meses a violência em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, diminuiu. No entanto, moradores afirmam que a “onda de insegurança” nunca esteve tão grave. Em entrevista ao G1, o prefeito da cidade, Rodrigo Neves, apontou alguns problemas que podem contribuir para essa sensação. Ele também cobrou medidas prometidas pelo estado para ajudar no combate ao crime.

 

Há dois anos e meio à frente da Prefeitura, Neves afirmou que o município possui algumas carências como: falta de efetivo das policias Civil e Militar, migração de criminosos após a implantação das UPPs no Rio e a falta de um batalhão da Polícia Militar exclusivo para Niterói. Para ele, ter um policial militar para cada 464 habitantes é insuficiente.

“É fundamental ampliar o efetivo policial. O efetivo do 12º saiu de 650, quando assumi, para mil e cinquenta homens. Para mim, tinha que ter pelo menos 1,3 mil PMs. Da mesma forma que eu já estou dobrando o efetivo da Guarda Municipal, eu espero que a polícia dobre o efetivo do nosso batalhão”, afirmou.

 

Há 20 dias, uma reunião com as lideranças da segurança pública da cidade e o secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, estabeleceu, segundo Rodrigo Neves, o reforço de 24 homens do Batalhão de Choque e uma turma nova de policiais civis para a cidade. Ele afirma que aguarda o efetivo prometido para a Civil e que algumas delegacias possui déficit de 40% do efetivo. “Ele [José Mariano Beltrame] disse que vai chegar um reforço de policiais civis em julho. Algumas de nossas delegacias têm algumas déficit de 40% do efetivo”, contou.

 

Questionado sobre a influência de grupos criminosos nos casos de violência da cidade, Rodrigo Neves afirmou que a implantação das UPPS foi um prejuízo, não só para Niterói, mas para toda a Região Metropolitana do Rio. Segundo ele, melhorias sempre serão cobradas do governo estadual. 

 

“A segurança pública é uma atribuição constitucional dos estados, ou seja, os governos estaduais têm a responsabilidade de coordenar os efetivos da Polícia Militar e da Polícia Civil para garantir a segurança pública. Em Niterói, desde o início da gestão, nós adotamos uma atitude de cobrança a partir da percepção de que Niterói sofreu muito com a implantação das UPPs no Rio. Desde o início do meu mandato, nós temos cobrado fortemente o estado. Mas além de cobrar, nós estamos cooperando”, disse.

A Secretaria de Estado de Segurança afirmou que trata com cautela as teses de 'migração' e que não há indicadores de que haja uma migração em grande escala para impactar significativamente as manchas criminais. Até o horário de publicação desta reportagem, a secretaria não comentou sobre o reforço de policiais civis para Niterói.

 

Medidas são estudadas

Durante a entrevista ao G1, Rodrigo Neves listou uma série de ações que a Prefeitura pretende implementar nos próximos meses. De acordo com ele, iniciativas de médio e longo prazo já estão sendo discutidas. Veja a seguir as principais medidas anunciadas:

 

Novas bases

“Nós construímos seis companhias para a ação da Polícia Militar. Estamos agora terminando as obras da companhia da base destacada do Caramujo que vai ficar pronta no dia 30 de julho e no mês de agosto a companhia de Santa Rosa. Além do Caramujo, vamos iniciar a reforma da cabine do Fonseca dia 20 de julho e vamos entregar para a população na primeira semana de agosto. Em breve, vamos providenciar um batalhão de proximidade de Itaipu”, afirmou.

 

Integração PM e Guarda Municipal armada

“As obras que estamos fazendo vão constituir um espaço integrado entre a Polícia Militar e a Guarda Municipal. Vão ficar guardas ali 24 horas em contato com a patrulha da área. É uma proposta nova, nenhuma outra cidade do estado realiza essa integração. Atualmente, são 525 guardas e estamos convocando a nova turma agora em agosto. Essa ação integrada irá permitir melhores resultados. Além disso, pretendo estabelecer o armamento da Guarda Municipal. Curitiba fez isso, Joinvile, Florianópolis, Balneário Camboriu também fizeram isso. Não se trata de qualquer cidade, se trata da ex capital do estado. Não faço isso para atender o clamor público, é uma ação planejada”, disse.

 

‘Big Brother urbano’

“Nós concluímos as obras no dia 30 de junho e a partir da segunda quinzena de julho inicia o treinamento e operação do Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp). Com o investimento de quase R$ 20 milhões, Niterói será a primeira cidade do estado a ter todas as entradas monitoradas, uma espécie de cerca virtual. Esse sistema vai permitir a gente identificar as placas de veículos roubados que entram em Niterói. As informações serão integradas com a Delegacia de Roubos e Furtos. Essa inovação permite a ação na prevenção dos crimes, vamos mudar o paradigma das ações das forças de segurança pública de Niterói na medida em que ele integra no mesmo centro de comando Polícia Federal, Polícia Militar, Civil e Guarda Municipal”, afirmou.

 

Batalhão da PM exclusivo

“Nós defendemos um batalhão exclusivo para Niterói. Não é possível que Niterói durante todo esses últimos 20 anos tenha mantido essa situação de ter um batalhão que divide a sua ação e estratégia com Maricá. São cidades com realidades distintas. É muito melhor que Marica se integre a Saquarema, Araruama, que vai ganhar um batalhão. Nós queremos o 12º batalhão exclusivamente para Niterói, mantendo e ampliando o efetivo atual”, afirmou.

 

Além do prefeito, o G1 conversou com o comandante do 12º BPM (Niterói), Gilson Chagas. Ele explicou como será feito o trabalho do Batalhão de Proximidade, que será inaugurada em Santa Rosa. A implantação do patrulhamento de rua vai em encontro com o pedido dos moradores de PMs fazendo as chamadas “rondas” a pé.

“Nós temos a Companhia Integrada de Polícia de Proximidade. A PM está fazendo dois projetos: na Tijuca e em Niterói. A Prefeitura já licitou a construção da base na praça do Vital Brasil, o batalhão já recebeu o efetivo que irá trabalhar lá. Serão mais 100 policiais que vão atuar naquela área e o objetivo da PM é trabalhar com companhias integradas. O policial poderá trabalhar em duplas, também iremos integrar smartphones que é um sistema de comunicação mais eficiente e teríamos um canal direto com órgãos municipais para resolver problemas como iluminação pública, moradores de ruas e que não é ocupação da Polícia”, disse.

 

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